sábado, 24 de novembro de 2012

Outro Conto sobre Bondage

Estatisticamente já percebi que muitas pessoas chegam aqui no blog e buscam o post em que coloquei um conto sobre bondage, por sinal adoro o assunto, então acabei elaborando um novo conto que mistura algumas coisas que gosto.

Esse conto é sobre bondage, fantasias de rapto ou sequestro e dominação forçada.

Cabe aqui alguns esclarecimentos, primeiro o conto não é erótico no sentido convencional, está mais para uma história de sequestro e suspense. No entanto como bondagista, confesso que fiquei muito excitado escrevendo a história.

Resumo da História: Conto de Ficção sobre Dominação feminina, dominação forçada, rapto ou sequestro, bondage, mumificação.


Huntress

Capítulo 1: O Sequestro por encomenda.


Vamos repassar as regras aqui, elas devem ficar bem claras, já que não teremos pausas ou safeword (palavra de segurança) quando o sequestro começar, tudo será vivido de forma à parecer real, o sequestrado não saberá quem o sequestrou, não saberá onde fica o cativeiro ou qual será duração do sequestro, estarão presentes todos os componentes físicos e psicológicos da cena. A ideia é viver uma cena de puro bondage, portanto, mesmo que o sequestrado sinta excitação com a cena, não é um jogo sexual, não estamos falando de contato sexual de qualquer natureza, mas de uma vítima que será mantida contra a sua vontade amarrada e amordaçada, escondida em um cativeiro remoto, por uma sequestradora, sem esperanças de saber como ou quando será libertada novamente...
A situação aqui é clara, a vítima neste ato solicita e autoriza de livre e espontânea vontade "viver a experiência de ser sequestrada".
Fica garantido que durante todo o tempo será assegurada a integridade física da vítima, bem como, não haverá contato sexual de qualquer espécie durante o sequestro.
Para manter a aventura o mais real possível é direito da vítima tentar fugir ou escapar durante todo o tempo como aconteceria em um sequestro real.
Por outro lado é dever da sequestradora fazer de tudo para manter a vítima dominada, controlada e subjugada, sendo-lhe concedido todos poderes necessários para garantir que a vítima não escapará.
A data, lugar e tempo de duração do sequestro serão conhecidos apenas pela sequestradora.
O sequestrado, como preço pela encomenda do sequestro pagará a quantia de R$ 1.000,00 para a sequestradora, no entanto, caso a sequestradora deixe a vítima fugir, ela terá que devolver o dinheiro. Portanto, para ganhar o dinheiro a sequestradora deve ter sucesso em sequestrar e manter a vítima por todo o período de tempo.
Fica neste momento autorizado previamente que a vítima bondagista poderá ser: amarrada com cordas, fitas, algemas, ser amordaçada, ser vendada, ser encapuzada, amarrada em camisa de força, ser impedida de ver, ouvir e se comunicar durante parte ou todo o tempo do sequestro. Poderá ser colocada em porta-malas, armários, dentro de caixas ou sacos, amarrada em lugares pequenos e confinantes. Com a garantia que sua saúde será monitorada durante todo o tempo.
O cativeiro poderá ser em lugar afastado e desconhecido, em lugares como: sótão, porão ou quarto escondido, ficando a vítima impedida de se comunicar com o mundo exterior.
Durante o sequestro caso a vítima encontre-se em situação de extremo desconforto ou dor ela poderá sinalizar que se encontra em posição ou situação insustentável, isso não garante que a mesma será solta antes do tempo, mas somente que a sequestradora irá trocar a posição ou a situação de bondage como forma de manter o sequestro em andamento.
Fica a vítima advertida que poderá ser conduzida a enfrentar seus limites físicos e mentais, já que como na realidade será esperado que a sequestradora controle a sua vítima física e psicologicamente, portanto, podem e devem ser esperadas situações de ameaças, xingamentos, provocações e humilhações, sentir-se com medo, subjugado, levado ao extremo.

- Estas serão as regras do jogo e essa é a sua última chance de desistir, você está de acordo com tudo? Balance a cabeça em sinal positivo para concordar.
Sentindo o misto de medo e muita excitação o homem balançou a cabeça aceitando o acordo.
A sequestradora, uma bela mulher de cabelos longos, vestida toda de preto, incluindo o uso de touca ninja, que deixava apenas seus olhos e belos lábios à mostra, caminhou calmamente até a mesa da sala, pegou um maço contendo a quantia de R$ 1.000,00. Sem qualquer pressa ela contou nota por nota, conferiu a quantia, guardando o dinheiro em um pequeno compartimento de uma bolsa esportiva grande que ela trazia.
Um pequeno sorriso apareceu em sua boca. Tudo havia sido inclusive registrado em vídeo como prova.
- Muito bem! A partir desse momento não existe ponto de retorno, e esse dinheiro que eu peguei, você não vai ter a menor chance de conseguir novamente, pode ter certeza. Agora você é meu.
Ela falava com a vítima, que estava amarrada em uma cadeira no meio da pequena sala, a vítima estava enrolada em metros de fita adesiva prateada, sua boca estava amordaçada, ele estava vestindo apenas um pijama. A raptora olhava fixamente para a sua vítima enquanto falava,
- Você vai ficar comigo por um bom tempo, então melhor entender algo rápido, para o seu bem, pois jogando dentro dos limites desse jogo, eu tenho poderes suficientes para deixar você bem encrencado, meu lema é "Não há nada que não possa ficar ainda pior", não me subestime.
- E mais, não estou nessa pelo dinheiro, o dinheiro fica com a empresa, na verdade eu entrei na "Companhia de Sequestros" para encontrar alvos, meu prazer aqui é sequestrar, caçar, tomar a força, eu tenho consciência que sou doidinha, mas cada um tem as suas fantasias, você tem a sua de ser amarrado, já a minha ter um carinha bonitinho assim como você amarrado e amordaçado dentro um saco no armário da minha garagem, estranho né? de uma forma estranha a gente se completa, portanto quero aproveitar cada minuto, e    imagino que você não tenha pressa para isto acabar, você não limitou um prazo final, e claro que vou cumprir a promessa de te libertar, mas não sei quando, não estou nada preocupada com isso, quando eu estiver cheia de você eu te solto.
Ao ouvir estas palavras ele sentiu medo, medo real, seu coração quase pulava do peito, a fantasia que ele tanto imaginou havia começado de maneira muito mais intensa do que ele poderia prever. Seriam verdade as palavras daquela mulher? 
- MMmmMMMppppHHHHHH. Ele falou de maneira desconexa, sua mordaça era muito segura.
Ela rindo continuou.
- Ah esse som, os gemidos de um homem amordaçado, já estava sentindo falta disso, eu já não aguentava mais esperar o dia que iria te pegar, o seu som amordaçado é ainda melhor do que eu imaginava.
Os olhos da sequestradora brilhavam enquanto ela falava, e para o terror de sua vítima ela continuou.
- Tenho gravações de minhas vítimas amordaçadas, horas de gravações, muitas vezes a noite eu coloco meus fones de ouvido deitada na cama e fico ouvindo, acho delicioso, você sabe, aquela tentativa abafada de gritar, não conseguir falar ou pedir socorro, os sons de angústia.
Ouvindo aquelas palavras que beiravam a psicose ele começou a ficar apavorado, afinal aquela mulher parecia bem mais sã alguns dias atrás quando ele contratou o sequestro por telefone. Ela se apresentou com o codinome de "Huntress", indicada pela "Companhia do Sequestro", uma empresa de internet que vendia sequestros por encomenda, parecia algo seguro, já existiam empresas semelhantes nos EUA e Europa, era a chance de viver a fantasia de sua vida. No entanto as coisas rapidamente estavam tomando um caminho diferente do imaginado.
Instintivamente ele tentou falar através da mordaça: - MMMPPPPHHHHHHHHHHHHHH  MMPPPPPHHHMMMHHHHHHH
Em resposta ela chegou mais perto dele e continuou falando ao mesmo tempo que fazia carinho na cabeça da vítima.
- Quando se ouve as gravações, em sequencia, é possível notar que com o passar dos dias os sons vão mudando, com o tempo a vítima tenta gritar mais alto, mais forte, então eu tenho que abafar melhor o som, preciso amordaçar mais apertado, mais forte, a mordaça precisa ficar maior, encher a boca mesmo, mas no final os caras desistem, quando eles chegam a conclusão que é inútil vem o silêncio, ficam lá amordaçados quietinhos...
- MMMPPPHHHMMMMMMM MMMPPPPHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
Sem alterar o tom de voz que era calmo mas firme, dominante:
- Eu sei, eu sei, pode gritar, todos gritam no começo, mas é melhor entender que ninguém vai te ouvir aqui, somos só eu e você agora. e eu controlo tudo, você vai aceitar, todos mais cedo ou mais tarde aceitam. 
Ela circundou lentamente a sua vítima, abraçando-a por trás, sua mão direita tapava a boca e o nariz do homem amarrado, dificultando sua respiração.
- Tenho tantos planos para você, você nem pode imaginar, mas primeiro você preciso te embrulhar.
Com a habilidade de quem estava acostumada a lidar com aquelas situações ela sacou uma faca e mesmo mantendo sua vítima amarrada cortou as fitas que seguravam o homem naquela cadeira, com um puxão seco pelo braço forçou o homem a deitar no chão com suas costas para baixo.
- Fica bem quietinho, imóvel.
Huntress buscou na bolsa esportiva um bobina de filme plástico industrial e alguns rolos de fita adesiva, ele sabia muito bem o que aquilo significava, bondagista que era, já sabia o seu destino.
Devem ter se passado de 20 a 30 minutos para ela finalizar seu trabalho, sem pressa e com muita perícia ela enrolou cada centímetro do corpo dele em filme plástico, um filme plástico de características bem fortes, camadas e mais camadas, definitivamente Huntress sentia prazer em fazer aquilo, no final também foram gastos todos os rolos de fita adesiva para criar aquela múmia prateada, todas as partes do corpo cobertas, incluindo a cabeça, somente o nariz do sequestrado ficou à vista.
Ele já havia sido mumificado, mas nunca daquela forma, literalmente estava preso naquela casulo de filme plástico e fita, sem qualquer chance de escapar, na verdade sem chance de mover sequer um músculo, tentava não entrar em pânico, era quente e claustrofóbico.
Huntress ficou alguns minutos só admirando o trabalho, caminhou em volta, examinou os detalhes procurando por alguma falha, mas tudo estava perfeito, diabolicamente perfeito.
- Eu sei que você pode me ouvir, geralmente quando mumifico alguém eu coloco tampões de ouvido, mas no seu caso vai ser diferente, eu quero que você ouça, vai ser bem mais divertido assim, e vou te contar porque.
- Daqui a pouco virá o dono da "Companhia do Sequestro", esse cativeiro é deles, ele vem pegar o dinheiro e finalizar as coisas, ele pensa que hoje mesmo o teu sequestro acaba, ele leu o perfil e planejou as coisas, ordenou que a duração do sequestro fosse de apenas 12 horas, eu falei para ele que eu queria mais tempo, porque você não colocou limites no seu contrato, eu disse que era meu direito escolher, mas ele não me ouviu, disse que era meu primeiro trabalho para eles e que eu deveria seguir as regras da empresa, 12 horas e ponto final.
- Ele vai me ajudar a te colocar no porta-malas do carro, o que ele não sabe é que eu não vou te levar para a tua casa como prometi, você vai para a minha casa, para o meu cativeiro, obviamente ninguém sabe onde fica, muito menos a própria empresa, então você vai poder ouvi-lo falando, mas duvido que ele entenda uma palavra sequer do que você possa gritar nessa mordaça. 
Foi difícil conter o sentimento de pânico, ele não podia acreditar nas palavras que estava ouvindo, estava confuso, mais uma vez tentou comunicação, mas estava sempre amordaçado. Maldita mordaça! - pensou
-MMppPPPHHMmm!!!!!!!!! - Gruniu.
Huntress pisou com sua bota direita sobre o peito do homem mumificado e continuou:
- Sem reclamar agora. Você concordou com as regras, está tudo registrado em vídeo: "Sequestrado, em cativeiro, pelo tempo que o sequestrador desejar", também de forma consensual pediu que não houvesse a "safeword", para que tudo fosse mais real, então estou jogando pelas regras que você concordou. Sim, claro, você não foi nada inteligente em prever as consequências de suas próprias regras, isto é um fato. 
Um barulho de fechadura interrompeu o momento, ouviu-se alguns passos e um homem entrou na sala. Ao chegar ele pode observar a cena da mulher com sua bota direita pisando no peito daquela homem mumificado no chão.
- Vejo que está se divertindo bastante Huntress!!!
Com um sorriso ela respondeu.
- Ola Diretor!
- Ele pode nos ouvir? - Falou o diretor.
- Não, não, coloquei tampões nos ouvidos, conforme você pediu.! - Ela respondeu.
- Ótimo, fico feliz que você tenha vindo trabalhar conosco Huntress, não é fácil conseguir mulheres dispostas a fazer este trabalho, a maioria dos nossos clientes são homens e as fantasias geralmente são com mulheres sequestradoras. Novamente, bem vinda ao time. Como está indo o sequestro esse cara parece bem enrolado...
- Tudo bem Diretor, tudo conforme o plano, e já esta embrulhado para ser levado para casa. 
- Certo, vamos carrega-lo.
Eles pegaram o homem mumificado e carregaram o pacote para dentro de um furgão com vidros pintados. Largaram o embrulho dentro da Van com o mesmo cuidado de quem está levando um saco de batatas, não parecia que havia uma pessoa ali dentro.
- Hahaha esta Van é quase um clichê Huntress, carro preferido de 10 entre 10 sequestradores americanos!
- Podemos contar com você para novos sequestros?
- Pois é...(pausa). Ontem não consegui falar sobre isso, estou com uma viagem planejada, devo ficar fora por algumas semanas, viajo amanhã, vou conhecer a selva amazônica, vai ser a aventura de uma vida, devo ficar fora do ar mesmo, assim que eu voltar você será o primeiro a saber.
Aquelas palavras eram assustadoras, "algumas semanas?"
Ele tentou com todas as forças se debater no assoalho da Van em vão, gritava sons inaudíveis abafados pela pesada mordaça em sua boca.
- MMMPPPHHHHHHHHHHHHHHH, MMMMMMPPPPHHHHHHHHHHH.
- Parece que ele acordou, mal sabe ele que está indo para casa. - Disse o Diretor.
- Sim sim, vai ser uma grande surpresa. Retrucou Huntress.
Mas ele continuou em desespero lutando para avisar o Diretor da Companhia de que não estaria sendo levado para casa, era um pedido de socorro.
- Ele parece inquieto, será que está tudo bem? Não seria melhor remover a mordaça por alguns instantes?
De pronto Huntress respondeu.
- Não se preocupe Diretor, nós trocamos muitos emails antes de começar o sequestro, e recebi um pedido muito especial, no email ele foi enfático em afirmar que gostaria muito muito mesmo de ficar amordaçado durante todo o tempo, tinha fixação em ficar amordaçado, algum tipo de fetiche dele só pode, os bondagistas as vezes tem pedidos estranhos, ele me fez jurar que não era para tirar a mordaça de forma alguma. Ela disse.
- Neste caso me parece justo mante-lo assim Huntress, nesta empresa sempre buscamos realizar da melhor maneira a fantasia do cliente. 
- MMMpppppHHHHHHHHHHHH, MMMMMMPPPPPHHHHHHHHHHHHHHHHHH.
Ouviu-se ao fundo um barulho de telefone celular. O telefone celular que o diretor havia deixado dentro de seu carro estava tocando.
- Se me der licença preciso atender a ligação. Falando isso o Diretor caminhou uns 10 metros e sentado dentro de seu sedan começou a falar pelo telefone.
Aproveitando o momento Huntress pulou dentro da Van e ajoelhou-se com seu peso sobre o peito da vítima mumificada, com a mão direita ela apertou o nariz cortando qualquer chance de respiração.
- Sim, você ouviu muito bem, eu falei algumas semanas, só que nós dois sabemos que eu vou estar em outro lugar não é? ou melhor nós DOIS vamos estar em outro lugar. Mas eu não estou mentindo, você vai para a sua casa, mas diferente do que o Diretor pensa, você vai para a sua NOVA casa, aquela que eu preparei para você...
Passados preciosos segundos ele sente cada vez mais o ar faltar em seu pulmões.
- Agora lembra quando eu disse que controlava você? A sua respiração também esta incluída. Mas como sou boazinha te dou a seguinte chance, você para de gritar inutilmente por ajuda ao Diretor e eu deixo você respirar novamente, simples assim. Ele não vai te ouvir aqui ou entender nada. Então se você continuar pedindo ajuda, eu prometo que vou pegar pesado com a tua respiração, e você sabe muito bem o que é controle de respiração não é? Eu posso te torturar sem te machucar. Mas você vai se desesperar isso eu te garanto. E a brincadeira pode demorar.
Huntress solta o nariz do pobre homem que desesperado finalmente sente o ar voltando em seus pulmões.
- Agora quietinho, não quero ouvir nenhum piu.
O Diretor volta logo após o acontecido a tempo de ver Huntress ainda ajoelhada sobre o homem.
- Se divertindo novamente Huntress?
Risos são ouvidos. 
- Estou me despedindo dele você sabe, acho que vou ficar com saudades.
Não se ouviram mais barulhos vindos da mordaça.
Huntress pulou fora da Van, fechando a porta do veículo.
Após uma breve troca de conversas e despedidas Huntress acenou um adeus e voltou.
O Diretor entrou em seu carro e rapidamente foi embora. 
O homem mumificado pode ouvir o som do motor do carro do Diretor se afastando, após isso um silêncio que foi quebrado por Huntress.
- Finalmente você está começando a entender não é.
Ouve-se o som do carro ligando, o câmbio engatando a primeira marcha, e finalmente a Van arrancando vagarosamente. Pode-se ouvir o som dos pneus rodando em uma estrada de cascalhos.
Para alguém imobilizado, vendado e amordaçado no assoalho de uma Van sem janelas era impossível saber quanto tempo havia passado, mesmo poucos minutos era torturantes e poderiam parecer horas naquele momento, a sua mais louca fantasia bondagista não chegava sequer aos pés do choque de realidade que estava vivendo. O seu sonho de viver um sequestro agora era mais real do que qualquer realidade que pudesse fantasiar.
E Huntress que parecia a primeira vista tão atraente quanto nas suas fantasias, na realidade estava mostrando ser uma controladora sádica que beirava a psicose.
Passavam-se os minutos, torturantes minutos, podia-se ouvir o pneu rodando em uma estrada de terra, parecia que estavam cada vez mais longe, longe de qualquer chance de escapar.
A monotonia dos sons foi quebrada pelo toque de um celular tocando.
Huntress parou o carro na beira da estrada e iniciou um batepapo.
O seu tom de voz agora havia mudado era mais doce e delicado, como uma artista que mudava de papel de acordo com a cena.
Seguiu-se então um papo trivial entre duas amigas conversando banalidades:
- Sim estou indo viajar...
- Para onde? para um lugar bem escondido, romântico.
- E eu não estou sozinha, to levando um carinha comigo, sim sim é Sério!!!!
- Sim sim é bonitinho, não não não vou te mostrar.
- Conheci ele no meu trabalho, e agarrei ele, não pude perder a chance.
- Ele tem tantas afinidades comigo, chega a ser assustador
- Não não guria, ele é um sonho, vou fazer de tudo para não deixar ele escapar...
- MMPPHHHHHHHHHHHHMMPHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH. 
- Ai desculpe amiga, não estou te ouvindo estou com uma interferência, espera um segundo.
Huntress com um pulo invadiu a traseira da Van e sentou-se caprichosamente sobre o rosto do homem mumificado, cruelmente ela largou seu peso um pouco mais forte para abafar qualquer barulho ao mesmo tempo em que cortava a entrada de ar o deixando sufocado.
- Pronto voltei, mas como eu ia dizendo você sabe como são os homens né amiga, a gente precisa levar eles com rédea curta.
- Um beijo para você também, tchau!!!
Bip;
Huntress rebola mais um pouco cortando o suprimento de ar e após levanta, deixando sua vítima ofegante, tonta, desesperada.
Seu tom de voz agora é totalmente diferente daquele ao telefone, ameaçador, irritadiço, controlador.
- Eu disse quieto! quietinho ae. Pare de choramingar eu já falei, ninguém vai vir te salvar, ninguém sabe onde a gente está, se acostume com isso.
- Se eu tiver que voltar mais uma vez aqui atrás você vai se arrepender.
Ele silencia, desiste derrotado, ela estava absolutamente certa, não havia como escapar agora, naquela situação não havia saída.
Agora era realidade, a dura realidade, só ao final ele entende que havia caído na armadilha de Huntress, havia sido manipulado e arrastado para o mundo dela, um mundo onde ela tinha total controle, quanto mais ele tentava escapar, mais preso ele ficava. Como a sensação de quem pisou em areia movediça, quanto mais se debate, mais afunda.
Desde o começo, a negociação e o contrato do sequestro, tudo parecia fazer sentido, em todos os contatos aquela mulher o havia manipulado, ele pediu e pagou por aquilo, realizar a sua fantasia, sem saber que do outro lado havia uma predadora real, e o pior é que ele mesmo havia escrito e concordado com todas as regras, ele havia pedido, assinado e concedido todos os poderes que Huntress queria, o que estava acontecendo com ele agora não era nada mais nada menos do que ele havia solicitado.
Ele sempre achou que o fetichista era ele, o bondagista, aquele que estava pagando para ser sequestrado, ela seria a profissional a realizar a fantasia. Mas a realidade era outra, Huntress era a predadora, era ela que desde o começo estava caçando, buscando a sua vítima, ela o havia achado e escolhido, ela havia conversado, planejado e por fim executado tudo com perfeição.
Perfeição, perfeição era a palavra para descrever a forma com que ela o havia mumificado, o casulo em que ele estava preso era sólido e inescapável, ele não conseguia mover sequer um músculo, não havia opção, complemente imobilizado, vendado e severamente amordaçado.
O homem mumificado só foi acordado de seus devaneios ao sentir que subitamente o veículo havia chegado ao seu destino.
Huntress caminhou até a parte de trás da Van e caprichosamente sentou sobre a cintura de sua vítima que estava deitada no assoalho do veículo.
- Chegamos! Finalmente não aguentava mais esperar o dia que eu poderia trazer meu brinquedo para casa.
- A cena real de você chegando é muito, mas muito melhor do que eu havia fantasiado.
A predadora subitamente plantou um pequeno beijo no nariz da vítima e começou a sussurrar em seu ouvido usando um tom de voz cinicamente doce:
- Sabe para onde eu estou te levando? para um lugar que eu construí, imaginei e realizei cada detalhe, controlei desde o projeto até a execução, você sabe, eu gosto de controlar muito bem tudo que é meu.
- Desde que eu conheci e escolhi você, eu sabia que este era o lugar para te "depositar", e não foi nada fácil deixar tudo perfeito.
- Estamos a quilômetros de qualquer lugar habitável, mas aqui no meio do mato existe um lugar escondido, com uma porta secreta, dentro dessa porta mágica esta o lugar que espera você.
- Ali dentro está o meu mundo, lá escondido embaixo da terra, um bunker secreto, o cativeiro perfeito, um lugar que ninguém pode achar, impossível de ver ou ouvir...
A pressão psicológica de viver aquele momento colocavam aquele homem no limite da razão e do suportável. Huntress sabia muito bem disso, do peso que cada palavra ou ação exerciam sobre sua vítima, ela sadisticamente e deliberadamente estava esmagando as esperanças de sua vítima.
As palavras dela haviam colocado ele no limite, tudo era real demais, cruel demais, ele não podia acreditar que aquilo estava acontecendo com ele, seu sonho agora parecia um pesadelo, um pesadelo que ele não poderia acordar.
Não havia o que fazer então ele começou a chorar baixinho, se podia ouvir por trás da mordaça pequenos murmúrios.
Ela colocou a sua mão por cima da boca amordaçada dele e falou:
- SSSSSShhhhhhhhhhhhhhhhhhh Não existe escapatória para você agora.
- Você é meu para fazer o que eu quiser com você. E isto é exatamente o que eu pretendo fazer.
Ele havia chegado a seu limite, havia sido transformado apenas em um brinquedo nas mãos dela.
Como que de surpresa, após alguns minutos ele sentiu que estava sendo carregado, por mais de uma pessoa, após não mais do que alguns passos ele foi colocado no chão de cimento. 
Subitamente ele sentiu uma tesoura cortando o seu casulo, ele estava sendo liberto, foi totalmente libertado dos pés até o pescoço, mas permaneceu com a cabeça toda enrolada, não conseguia ver ou falar.
Mexeu seus braços vagarosamente, e sentiu o toque de alguém, este alguém colocou a tesoura em sua mão e proferiu as seguintes as palavras:
- A partir daqui você consegue se libertar sozinho, espero que tenha gostado do seu sequestro.
Ele ainda estava muito confuso para compreender, e aos poucos foi voltando a terra, vagarosamente desfez o casulo que enrolava sua cabeça e pode ver a seu redor, surpreso descobriu  que estava na garagem de sua própria casa, não conseguia acreditar.
Ele ficou lá parado assimilando tudo que havia acontecido, havia passado com certeza pela experiência mais insana de sua vida, e no final tudo havia acontecido conforme ele havia "contratado".
Por dias ele ficou pensando em tudo que havia vivenciado, e com certeza uma coisa não saiu de sua cabeça. Huntress.

Fim do primeiro capítulo.